segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

xingamento machista






O primeiro comentário sobre uma mulher é sempre esse: feia. Bonita. Gorda. Gostosa. Comeria. Não comeria. Só que ela não perguntou, em momento nenhum, se alguém queria comê-la. Não era isso que estava em julgamento (ou melhor: não deveria ser). Tinham que ensinar na escola: 1. Nem toda mulher está oferecendo o corpo. 2. As que estão não são pessoas piores. 


Baranga, tilanga, canhão, dragão, tribufu, jaburu, mocreia. Nenhum dos xingamentos estéticos tem equivalente masculino. Nunca vi ninguém dizendo que o Lula é feio: "O Lula foi um bom presidente, mas no segundo mandato embarangou." Percebam que ele é gordinho, tem nariz adunco e orelhas de abano. Se fosse mulher, tava frito. Mas é homem. Não nasceu pra ser atraente. Nasceu pra mandar. Ele é xingado. Mas de outras coisas.
Filho da puta, filho de rapariga, corno, chifrudo. Até quando a gente quer bater no homem, é na mulher que a gente bate.


[...] O xingamento mais universal do mundo é o que diz: sua mãe vende o corpo. 1. Não vende. 2. E se vendesse? E a sua, que vende esquemas de pirâmide? Isso não é pior?


Gregorio Duvivier

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

E que seja leve!


Promessas não podem ser só promessas.

 

 
 
Tem dias que a gente quer tanto ouvir um "prometo". Como se essa palavra magica arrancasse do coração da gente qualquer inquietação. Essa palavra também tem o poder de nos trazer a esperança de que as coisas logo vão ficar bem, ou que nunca vão deixar de ser. 
Mas cuidado com o que andas prometendo por ai, tuas promessas tem poder. Podes até esquece-las mas certamente alguém delas ira lembrar
Jogamos promessas ao vento todos os dias, temos pouca compreensão do peso de tais palavras. Ando prometendo menos, e fazendo mais.
Promessas não podem ser só promessas.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013


Amor é querer o outro mesmo quando dói. Amor é ter motivos pra partir e continuar ali... Amor é gostar sem que ninguém imponha isso [...]
Aliás, amor e controle não combinam. 

O bonito em uma relação é poder ir e querer ficar.

Karla Tabalipa disponível aqui 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013


Ela gostava de sair  para conversar e beber. Acreditava que todos eram seus amigos. Mas isso já foi a algum tempo quando confundia essência e aparência. Depois de algumas decepções ela aprendeu a diferença. Hoje ela ainda gosta de sair para beber e conversar. Mas a vida lhe ensinou que não se conversa apenas com amigos. Que não precisa estar chovendo para dormir até mais tarde debaixo das cobertas. Que passar o fim de semana de pijama deitada na cama pode, se ela assim o quiser. E que nem todos os poetas são românticos, mas quando se está apaixonada todos parecem ser. Aprendeu que é fácil chorar, nem é necessário estar triste. Sorrir também é possível em dias ruins, só que é um pouco mais difícil. A vida se mostrou inexata. Inconstante. Aprendeu, não sem dor, que as pessoas não contam tudo o que fazem - Nem tão pouco fazem tudo o que contam. Mas isso demorou, pois ela sempre foi muito curiosa e atenta para os detalhes. No Natal se mantém um tanto indiferente, essa nunca foi sua festa preferida. Não se lembra muito bem se o Papai Noel já lhe dera algum presente. Acha que não. Não se lembra de acreditar, talvez tenha cansado (ainda criança) de esperar o "bom" velhinho. E constata que gostaria de acreditar. Esperar a noite mágica. Mas tem sono, muito sono.

A gente cresce, a gente muda.




Deixamos de esperar o Papai Noel na noite de Natal.
O quarto deixa de ser um Palácio, a casa da Barbie, ou um Restaurante, dependendo da brincadeira.
Dinheiro não é mais um papel com números feitos com caneta e recortado com tesoura.
De repente pensamos 2 vezes antes de falar e 4 vezes antes de sair de casa depois do trabalho.
Pensamos na ressaca do dia seguinte antes de começar a tomar mais uma dose.
Os dias passam mais rápido.
A casa se torna menor. Os sonhos mudam. A gente também.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Correr o risco, apostar num sonho de amor

"Respeite a camisa que a gente suou
Respeite quem pode chegar onde a gente chegou
E quando pisar no terreiro
Procure primeiro saber quem eu sou
Respeite quem pode chegar onde a gente chegou"



Fotos tem um poder absurdo. Elas fazem reviver. Trazem saudades, raiva, lágrimas e tantas emoções como diria o Roberto Carlos.
Hoje comecei a achar fotos de tantos momentos importantes da minha vida, de decisões que tomei, dos sonhos que segui. E me emocionei de uma forma especial quando vi que a maioria das minhas fotos são do tempo que eu era da UNE, e ai me deparei com um aperto no peito e um sorriso nos lábios. Apesar das dificuldades tantas, foi muito bom! Foi intenso demais. Fazer o que a gente acredita é se realizar, apesar dos pesares. Nos dias mais difíceis eu torcia para que tudo acabasse rápido. Mas hoje eu sei que eu não seria a mesma, não teria crescido tanto em tão pouco tempo, se não tivesse seguido o meu coração. E se hoje sinto esse aperto todo no peito, é porque valeu!

Como diz a letra da canção de Cazuza "e se por acaso doer demais é porque valeu" 




terça-feira, 29 de outubro de 2013

O amor acaba, mas nem sempre termina



Sim, o amor acaba, é do jogo, mas muita gente se avexa, numa azáfama dos diabos, querendo se jogar do abismo ainda a léguas do despenhadeiro.
O amor acaba, mas tem sempre um “chorinho”, como do generoso garçom no nosso uísque.
O mundo anda muito impaciente com as complicações amorosas, como se fosse fácil juntar duas criaturas sob as mesmas telhas da rotina.
É preciso estar preparado(a) para as goteiras, para a hora em que o amor vaza ou pinga no chão da casa e não há balde ou rodo que dê jeito [...]
[...] Quando imaginávamos que estava tudo acabado, que amor não mais havia, que tinha ido tudo para as cucuias, que o fogo estava morto, que o amor era apenas uma assombração do Recife Antigo…
Quando já dizíamos, a uma só voz, a crônica de Paulo Mendes Campos que repito ao infinitum:
“Às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba…”

Quando já separávamos, olhos marejados, os livros e os discos…

Quando mirávamos, no mesmo instante, a nossa foto feliz no porta-retratos…

Quando não tínhamos nem mais ânimo para as clássicas D.R´s –as mitológicas discussões de relação…

O cheiro do fim tomara todos os cômodos, a rua, o quarteirão, o bairro, a cidade, o mundo…
Quando só restava cantar uma música de fossa… “Aquela aliança você pode empenhar ou derreter…”
Quando só restava a impressão de que eu já vou tarde…
Quando só restava Leonardo Cohen no iphone da moça moderna…
Quando eu não era mais o cara, embora insistisse em cantar o “I´m your man” deste mesmo trovador canadense…

Sim, o quadro era triste, não se tratava de hipérbole ou demão de tintas gregas.
De tanta inércia, faltava até força para que houvesse a separação física, faltava força para arrumar as malas, pegar as escovas, contar aos chegados comuns, tomar um porre.
Ah, amigo, quer saber quem bateu o ponto final da história?

Ela, claro, você acha que homem tem coragem para acabar qualquer coisa? Mulher é ponto final; homem ponto e vírgula, reticências, atalhos, barrigas de palavras, verbos e orações.
O estranho é que ela não disse, em nenhum momento, que não gostava mais do pobre mancebo.
Aquilo encucava. Porque um homem,  disse o velho Antonio Maria, padrinho sentimental deste cronista, nunca se conforma em separar-se sem ouvir bem direitinho, no mínimo quinhentas vezes, que a mulher não gosta mais dele, por que e por causa de quem etc etc, a longuíssima milonga do adiós.

E nesse clima de fim sem fim as folhinhas outonais do calendário foram despencando sobre a relva fresca do desgosto.
Eu acabara de levantar do amigo sofá, que havia se transformado no meu leito, quando ela passou com uma cara de impaciência e desassossego.
Mais que isso: ela estava com vontade de matar gente!
Era a cara que fazia quando estava faminta. Sabe mulher que fica louca quando a fome aperta e a angústia da existência vocifera pelos barulhos do estômago?
Vi aquela cena e caí na gargalhada. A princípio ela estranhou… Mas sacou tudo e danou-se a morrer de rir igualmente. Nos abraçamos e rimos e rimos e rimos e rimos daquilo tudo, rimos da nossa fraqueza em não dar uns nós nos clichês, inclusive o da volta por cima, rimos do nosso silêncio sem sentido, rimos desses casais que se separam logo na primeira crise, rimos da falta de forças para enfrentar os maus bocados, rimos, rimos, rimos.
Rimos da preguiça sentimental da humanidade e nos esbagaçamos de amor no chão da sala mesmo.
E um casal que ainda ri junto tem muita lenha verde para gastar na vida e fazer cuscuz com carneiro e outros banquetes nada platônicos movidos a bagaceiras, alentejanos sagrados e salineiras aguardentes.

Agora ela está deitada, linda, cheirosa, gostosa, psiu!, silêncio, ela dorme enquanto escrevo essa crônica!
Xico Sá

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Tem mulher que é mais feliz sorrindo e tem mulher que gosta mesmo é de chorar. tem mulher que cobiça o pau da próxima e tem mulher que prefere a próxima mesmo. tem mulher que é insegura, ciumenta e possessiva. e tem mulher que engole seco. tem mulher que fala sacanagem com o amigo e ama o marido. tem mulher que não quer casar. tem mulher que passa a vida inteira esperando e tem mulher que é impulsiva demais. tem mulher que se esconde e tem mulher que faz questão de aparecer. tem mulher que é recalcada e tem mulher que não tá nem aí pra nada. tem mulher que de tanto nada não percebe que tem tudo. e tem mulher que é vazia mesmo. tem mulher que dá uma de mulherzinha, mas tem 1,96. tem mulher que provoca só pra se afirmar e tem mulher que quer-ver-o-circo-pegando-fogo. tem mulher que é frágil e tem mulher que enverga, mas não quebra. tem mulher que fala a verdade na cara e tem mulher que prefere as entrelinhas, mas nem por isso fica calada. tem mulher que não sai sem maquiagem e tem mulher que prefere um rímelzinho de leve. tem mulher que é mais macho que muito homem e tem mulher que é mais mulher do que qualquer mulher desse mundo. tem mulher que cai pra dentro e tem mulher que levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. e você ainda tem coragem de dizer que mulher é tudo igual? 

Aída Polimeni, disponível no Blog Me Conta Uma Coisa

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Não consigo pensar no título. PUTZ!

I

-São poucas as coisas que tem nexo nessa vida, não acha João?
- Acho, Maria. Meu amor por você é uma delas.


II

Irritação nos olhos, chorou e esqueceu das lentes. Dor no peito, reflexo de uma mente sem paz. Mais conhecido como decepção; coração em pedaços; coração estilhaçado; coração partido; coração tão, tão, tão...magoado! Pequenininho, apertado e choroso.
Quando anoitecer deve piorar.


III

Maria brotou com um coração grande mas apertado. Gente demais pra caber dentro. Maria procurou João pra lhe dizer que seu lugar é o mais acolhedor de todos. Tentou fazer um samba pra lhe alegrar, fazer dançar e esquecer a dor.


IV

Apagou a luz com a intenção de encontrar uma saída no fim do túnel. Escreveu de caneta um pedido de desculpas no intuito de apagar aquela história. Comprou um vinho, mas queria era tomar alcatrão com mel e limão. Escolheu o vestido azul mesmo morrendo de vontade de usar vermelho. Falou que sim, quando todo o corpo gritava NÃO! Acordou desejando dormir para sempre. Olhou pra frente querendo enxergar o que ainda não podia ver. Colocou uma música triste mas não queria chorar. Fez um samba e nunca aprendeu sambar. Montou uma banda sem saber tocar. Se matriculou no Inglês e optou por espanhol na prova. Foi pra igreja mas nunca acreditou em Deus. Come carneiro ao molho de ervas, frango desfiado com queijo e se diz vegetariana. Escuta rock e dança funk. Chora e é feliz!

V

São tantas assim as confusões existentes  nesse jardim de concreto? 
Onde estão as borboletas?


VI 

- Não vejo a hora de virar gente grande. 
- É você tá louco pra começar a complicar as coisas.



sábado, 27 de julho de 2013


Leio revistas de trás pra frente. 
Leio capa, contracapa, dedicatória de livros.
 Leio bula de remédio, informações no frasco do shampoo. 
Gosto de quadrinhos, de clássicos, crônicas, poesias, entrevistas. 
Sorrio com textos alegres, choro com os tristes, vibro com os inteligentes. 


Leio um pouco de tudo e de tudo um pouco.

Eu amo palavras.

Poupée Amélie

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Chão molhado e um frio danado por aqui.
Te busco nas esquinas dessas ruas que já foram tão nossas. Sinto o frio na barriga que a muito tempo não sentia. E teu cheiro me invade, a lembrança do teu abraço me  chega. Suspiro. Carrego no bolso as lembranças de momentos nossos, que nunca  serão mais do que isso. Lembranças repletas de saudade. 

"Já morri de amor umas quinze vezes. Viver dele, só com você."


Amor é dessas coisas que a gente dá e não gasta. No máximo, desgasta. E desgasta porque morrer de amor e continuar vivendo só fica bem nas palavras do Quintana.
Morrer de amor e continuar vivendo é um caos, especialmente quando o amor só morreu para o outro, mas continua vivinho dentro da gente.
E aquele que outrora era paz, vira guerra. Uma guerra interior travada entre razão e coração, como se sem o outro, eu fosse duas e ao mesmo tempo, não fosse ninguém.
Talvez o que a gente precise nesses casos, é não precisar. E lá vai a moça fazer matrícula na academia, cursar teatro, dormir com vários; lá vai o rapaz exagerar no boxe, retomar o italiano, comer todas as mulheres que derem mole.
O desespero de não precisar. O delírio de querer não querer para tentar continuar e quem sabe um dia, querer outro.
Morrer de amor não é o fim, mas dói tanto que a gente passa a querer matá-lo como único modo de voltar a viver.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Dos fins que não deveriam chegar



Não posso imaginar a falta que faria seus olhos longe dos meus.
Seus olhos todos os dias sorriem para mim. E mesmo quando você está com raiva, eles entregam o quanto você me ama e o quanto odeia brigar comigo.

Como poderia ser... Se quando eu estivesse um tanto deprê, você não estivesse por perto me mimando e me fazendo sorrir com suas piadas nerds?
Não
Não 
Não
Não pode chegar ao fim...

Os nossos corpos juntos.
Nossos planos.
Nossa realidade.
Nossas gargalhadas.
Nosso gosto por cinema, pizza e carne.
Sou feliz e todo dia torço para que sejas também. 

E claro que quero que o nosso romance seja para sempre!

Mesmo sabendo que a verdade é o que diz a canção "o para sempre, sempre acaba" 
Quem dera houvesse exceção. 




sexta-feira, 28 de junho de 2013

Dos sonhos que não se apagam





 Ela levantou uma bandeira com o mesmo simbolo das suas camisas vermelhas e alguns idiotas resolveram espanca-lá bruscamente.  Pobres infelizes, analfabetos políticos não percebem que dessa forma contribuem com aqueles que só desejam oprimir o povo, ser contra a democracia e os direitos humanos. Que sujam a história de quem luta desde sempre por tantos que não se importam. Pobres coitados não sabem que uma surra não apaga os sonhos de quem não cansa e nem tem medo de lutar.