quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Volte amanhã, pra me ouvir te dizer nunca mais!


Eu quero te esquecer, eu preciso.
[Não, não aparece na minha frente com essa camisa, com esse cabelo bagunçado, com esse cheiro, não faz isso].
Eu não quero mais seus beijos quentes, sua língua deslizando na minha barriga arrepiada. Não quero mais.
Não quero sua voz que me enlouquece perturbando meu juízo. Não!
[Você não sabe, mas só de ouvir você tenho vontade de tirar a roupa]
Chega de cruzar minhas pernas nas suas costas que eu arranho de leve por conta de minhas unhas pequenas. Chega de te sentir pulsando dentro de mim, inteiro, quente, suado, safado. Realmente chega.
Não suporto mais a ideia de tê-lo se esfregando em mim no elevador, naquele almoço com os amigos, de ficar de quatro pra você se sentir dono. É. Não suporto mais sua pressa em me consumir que nem chega tirar toda minha roupa, que só depois de devidamente encaixado em mim termina de me despir.
Dei um basta nas mensagens [lindas] que me manda, dizendo que me quer, que tá com tesão pensando na minha lombar devidamente arqueada pra você.
Parei com tudo, vou atear fogo naquele vestidinho preto que você adora, não quero mais ouvir suas músicas preferidas, não quero mais fazer dos meus dedos alívio pro momento que você demora.
Petulância tua achar que vou me render quando chegares beijando-me a boca de um jeito que só você sabe fazer e enfiar a mão por dentro da minha calcinha só pra constar que tô doida de vontade. [não é só o olhar que entrega um desejo latente].
Nada de te chupar enquanto você fala de negócios no celular. 
Já arrumei aqui na lista telefônica um pai de santo que diz tirar você da minha cabeça em 3 dias. Marquei horário e rasguei as promessas que te fiz.

Respiro aliviada, nem deve ser tão difícil assim te esquecer. E do nada, você aparece na minha frente e diz: 'oi amor, não consigo falar com você no celular, larguei tudo e vim aqui porque eu senti seu cheiro no meu travesseiro, me deu uma vontade da minha ruiva'. A porra do coração nem prestou atenção em nada do que eu coloquei como meta, burro do caralho! A boca sofreu de má comunicação com a mente que queria te odiar e te beijei, te apertei, teu cheiro misturou-se com o meu e já era. Entrega.
Mas que mal tem né? O Pai de Santo disse que demora 3 dias mesmo pra esquecer. Até lá ainda sou sua. Algo me diz que esses dias tão é com cara de durar a vida toda. Droga. 



Fernanda Gregório, levemente adaptado.

Um comentário:

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