— | Vinicius de Moraes |
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
“Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura…
Essa intimidade perfeita com o silêncio… Resta esse sentimento de
infância subitamente desentranhado de pequenos absurdos, essa capacidade
de rir à toa. Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
de quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser. Resta essa
faculdade incoercível de sonhar, de transfigurar a realidade, dentro
dessa incapacidade de aceitá-la tal como é, e essa pequenina luz
indecifrável a que às vezes os poetas dão o nome de esperança. Resta
esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto, esse eterno
levantar-se depois de cada queda, essa busca de equilíbrio no fio da
navalha, essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
infantil de ter pequenas coragens.”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Qual a sua intenção?