'(...) Ainda adoro você. Não sei por quê. Talvez seja porque o seu olhar me fazia dançar melhor. Ou porque ninguém mais me chegou com um cheiro adocicado no meio da tarde ensolarada, em harmonia com todos os azuis (...) E, atrás dos seus passos largos, no jardim de insônia que você deixou, foi onde melhor escrevi as minhas saudades.
Hoje, debaixo do sol e com o mar ao fundo, ainda é por você que eu
espero. E se eu pudesse dizer tudo o que já escrevi e calei, seria com
uma voz mansa e aveludada: sem os suspiros de horror do início, mas com o
mesmo desejo, embora um pouco mais sossegado com o tempo. Tempo que só encheu de poeira sem conseguir apagar (...)'.
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