domingo, 14 de agosto de 2011

Emoções

"Tenho agradecido por estar vivo e ter andado por todos os lugares onde andei e ter vivido tudo o que vivi e ser exatamente como eu sou.”
— Caio Fernando Abreu





A menininha tão pequena que adorava correr, sempre estava por ali brincando com diversas outras crianças. Foi crescendo e conquistando novos amigos... Na maioria homens. Com eles se encontrava todos os dias seja na escola, ou na esquina da rua de baixo, ou em qualquer outra esquina do seu bairro. Ela sempre aparecia com aquele sorriso estampado no rosto, com aquele ar de sempre feliz. A menina crescia ali no sertão de Pernambuco. Tornou-se forte como uma verdadeira sertaneja. Tem história que só danado pra contar. E muitas cicatrizes também.  Ali passou de criança, moça, para mulher.
Então agora mais crescida eis que a menina, que já não é tão menina assim, vai embora do sertão. Vai pra longe dos amiguinhos de infância, aqueles que conhecem sua piada favorita, o que a irrita e seu jeito ousado de viver. Vai sair da casa dos pais que sempre lhe dizem a hora que deve chegar a casa (e ela na maioria das vezes obedece). Vai deixar vago o quarto que sempre foi seu cantinho mais seguro (algo como um esconderijo ultra-secreto onde recuperava as suas forças). O abraço e o xero acolhedor da mãe e do pai. Vai com um medo da gota serena, já carregada de saudade, e com lágrima nos olhos (sertanejo é forte, mais também chora) Vai com vontade de ir e de ficar.  Mas vai...


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